Eu não quero muito. Eu só quero um colo que esteja disposto
a me abrigar em dias ruins. Um colo pra repousar a cabeça e o corpo inteiro. Um
colo que eu possa voltar pra sempre. Só um colo. Um colo sincero, sem
obrigações. Eu só quero pés entrelaçados em noites frias. E também mãos
entrelaçadas em dias quentes. Quero chocolate de colher na boca, sorvete
melando o nariz e pipoca que acompanhe um filme no fim da tarde. Quero bons
diálogos quando o mundo inteiro me parecer cuspir ignorância. Quero ser
ignorante e ter quem me entenda mesmo assim. Eu só quero me sentir única,
insubstituível, essencial. Não peço muito. Peço apenas que você me transmita
força, coragem e confiança. Quero me perder e me encontrar nos seus olhos.
Quero olhos que me enxerguem além do que permito enxergarem. Quero rodopiar e
não me sentir tão tonta à ponto de cair. Quero não cair. Quero braços fortes
que não me deixem chegar ao chão. E braços ainda mais fortes que me tirem dele.
Eu só quero viver um prazer contínuo e não achar que algo, no fundo, está muito
errado por isso. Quero dar gargalhadas e não me importar com o volume exaltado.
Quero não me importar, mas ainda assim ser importante. Quero ser. E quero
muito. Mas não quero nada. Nada que não me faça flutuar, nada que tire o brilho
do meu olhar, nada que me desaprenda a andar. Eu só quero lembrar e rir. E
depois chorar. E rir de novo. Quero mergulhar sem me preocupar com a profundidade.
Quero não me preocupar mais tanto, tanto e tanto. Eu só quero deixar a mente
livre, o coração aberto e os pensamentos fluindo. Quero ser inundado de
sensações novas. Quero torcer por algo e sorrir mesmo que dê errado. Quero
pular como se alcançasse o céu. E depois me contentar com meus pés no chão.
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