Já abandonei as migalhas, os meios termos, as ausências. Já
abandonei as incertezas, as confusões, as dúvidas, os medos e receios.
Abandonei a falta de jeito, a falta de coragem, a falta de amor, a falta de fé.
Abandonei tudo aquilo que nada me acrescentava. Quando a vida precisa florir a
gente precisa colaborar. Temos mania de acumular o desnecessário. A arte do
desapego custa para acontecer e para a gente aprender. Queremos ter o controle
de tudo e por medo de aceitar que as coisas nem sempre serão como a gente
espera, a gente às vezes aceita os pedaços de emoções que nos dão, aceitamos as
desculpas que são criadas, aceitamos o sentir bagunçado do outro. E depois nada
faz sentido. Atropelamos tudo. E ainda culpamos o universo por não conspirar a
nosso favor. A verdade é que não podemos colecionar migalhas, emoções
controladas e limitadas. A gente fica com a parte inteira, o prato cheio. Do
contrário disso é pedir para viver uma vida vazia. Sem cor. Dependendo da boa
vontade do outro. A vida não é feita de doação, ela é feita de alegrias
somadas, de histórias bem escritas acompanhadas de quem de fato faz bem. Nada
de somatizar quem não agrega. A vida é curta para ser passada mal acompanhada.
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