Recomeçar é começar de novo. É jogar fora, destruir, remover
tudo que não foi bom, que não valeu a pena, que foi feito errado, e com o que
sobrou, reconstruir. É fazer novas paredes, no lugar daquelas que os erros
encheram de buracos e rachaduras. Até as mais pequenas imperfeições no reboco
tem que ser removidas, para que as novas estruturas possam ser sólidas. Para recomeçar,
é preciso ter em mente que tudo que é bom deve ser refeito, revivido. Portas de
liberdade, janelas de confiança, assentadas sobre tijolos de verdade e justiça.
No teto, uma laje de carinho e perdão, para que possamos ficar ao abrigo das
tempestades que a vida fatalmente traz. No chão, um piso seguro e sólido, feito
de companheirismo e compromisso, será a base para caminhar de mãos dadas. Nada
de querer aproveitar uma meia bancada, ou uma pintura esmaecida. Afinal, com a
vida não se pode brincar. Lembrando apenas dos momentos em que os olhos falaram
mais que as palavras, é preciso tomar o outro pela mão e trabalhar. É começar
do zero, usando o único material que não se esgota. O amor.
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