quinta-feira, 7 de março de 2013




Há quem pense que o tempo é longo, já eu creio que seja curto. Teria que viver, no mínimo, dez vidas para realizar tudo o que penso. Ler todos os livros interessantes já escritos. Conhecer todos os países espalhados pelo mapa. Navegar os sete mares e visitar cada corredor de cada museu já erguido. Veja bem, quantos bilhões de pessoas estão sob ação da gravidade, caminhando pelas ruas do imenso globo? No entanto, não é possível conhecer nem mesmo todos os cidadãos do nosso bairro. Quanta sabedoria perdemos pela falta de oportunidade de conhecer sábios e crianças distantes. Quantas pessoas poderiam ser maravilhosas em nossas vidas, se não estivessem do outro lado do Atlântico, sem ao menos saber de nossa existência? É um desperdício. Eu deveria viver muitos e muitos anos para não perder a passagem daquele cometa. Para decorar meus poemas preferidos, desenhar quantas coisas bem entendesse, aprender outras cinco línguas. O tempo é curto! A cada dia, mata um desejo que não se tornará real pela falta dele. Nós acordamos e já não possuímos os segundos que passaram, já não damos conta de fazer tudo o que faríamos. Quem dera eu pudesse ter todo o tempo do mundo. Minhas prateleiras estariam cheias, minha mente lotada de informações, meu coração transbordando felicidade. Mas enquanto isso não mudar, e o tempo continuar uma flor cujas pétalas são arrancadas diariamente numa espécie de bem-me-quer, mal-me-quer, tratemos de aproveitá-lo como se a morte nos esperasse na próxima primavera.

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